O fazer clínico

O fazer clínico

Em um universo de possibilidades, a conversa é a convergência da atenção ao ponto da presença, nesse mesmo universo, onde as distrações saltam pelos poros da existência, a presença é resistência.

A clínica psicológica traz consigo a ciência dessa resistência e a potência dessa convergência.

A sala contida no fazer clínico nos convida a sentar e a resistir aos apelos das distrações com seus múltiplos universos alienantes. Não raro, qualquer distração seduz mais do que a árdua tarefa de nos voltarmos a nós mesmos em nossos fantásticos labirintos de incompreensões emocionais e distorções racionais.

É, na intimidade do vínculo terapêutico, que o fazer clínico testemunha em sua ritualística a possibilidade de um tornar-se presente em si mesmo, concretizando assim o único lugar onde cada história contada pode expressar se sem os limites da culpa ou do medo, proporcionando ao ser ali presente a possibilidade de visitar lugares nunca antes permitidos pelo crivo da moral castradora ou do ranço dogmático.

Para que todos esses elementos possam construir um diálogo capaz de produzir um efeito terapêutico observa-se que sem julgamentos, cliente e terapeuta possam pactuar verdades sinceras e que, a partir dessas verdades, possam explorar as infinitas possibilidades interpretativas como quem procura por evidências que conduzam ao passo seguinte até que o caminho todo tenha sido percorrido em direção ao pleno desenvolvimento do que almejamos ser o autoconhecimento.

E desta forma, partir novamente em busca de si mesmo na incessante espiral evolutiva de nossas mentes.

Karina Zapater
Psicóloga
CRP 06/184974

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